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Sofrendo de wanderlust...

  • sezimariasaramago
  • 26 de jul. de 2021
  • 3 min de leitura

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Vivendo mais de um ano em isolamento, por causa da pandemia, descobri que estou sofrendo de wanderlust... Esta palavra de origem alemã significa um desejo intrínseco e profundo de viajar, aquele desejo genuíno de aprender sobre novas culturas e explorar ambientes desconhecidos!


Realmente este é o nosso (meu e do meu esposo) anseio de vida: tudo começou com a nossa viagem de lua de mel, jamais esqueceremos o que sentimos ao ver o mar pela primeira vez. Paramos o carro em um mirante, no alto da serra e avistamos o Atlântico, aquela imensidão azul preencheu nossa alma! Desde então fomos atrás de outros mares, praias ou serras, cada lugar incrível e sempre nos deixamos emocionar...


Ao longo dos últimos trinta anos, fizemos algumas viagens sensacionais, seja percorrendo trilhas de alguma chapada, seja apreciando os detalhes arquitetônicos de uma cidade medieval, curtindo o prato típico em um barzinho ou a refeição refinada de um restaurante premiado, o importante sempre foi apreciar cada oportunidade!


Preciso contar que vale a pena levantar às 4h da madrugada, caminhar até o alto de um monte e ver, juntinhos, o sol surgindo no meio do oceano! Este é um daqueles momentos que ficam para sempre em nossas memórias! Todo o restante que deu errado, os problemas que surgiram, perdem a importância...


Realmente, em nossas jornadas já aconteceram fatos estressantes e, outros, muito engraçados! Vou citar alguns exemplos: perder o voo da escala com três criancinhas e dormir no banco do aeroporto; a companhia aérea perder nossas malas na véspera de Natal em uma cidade coberta de neve; entrar erroneamente com o carro, em uma rua só para pedestres, e ser cercado por uma multidão de pessoas na saída do metrô; ter a viagem interrompida em um aeroporto porque os trabalhadores estavam em greve; fazer a reserva em um belo hotel fazenda e, ao chegar, ver que o mesmo estava em reforma; enfrentar uma turbulência terrível sobre os Andes e só ficar lembrando do maldito filme no qual o avião caiu e tiveram que comer carne humana; fazer uma conexão não prevista em um país para o qual seu passaporte estava vencido e ter que passar a noite em um hotel vigiada por dois policiais; etc...


Foram todas situações quase trágicas, mas que terminaram em muitas risadas, sem mencionar que aprendemos muito com estas experiências! Uma coisa interessante é que, com o passar do tempo, nossas bagagens se tornaram mais leves, entendemos que basta o essencial para se ter um bom passeio!


Para ser sincera, em minha mente e em meu coração, permanecem essencialmente as boas lembranças, por isso quero mencionar algumas: deitar com meu marido em uma praia deserta durante a noite para ver as estrelas no céu; sentar nas escadas de um museu e apreciar as belezas que o homem é capaz de criar; conversar com um peruano no interior do país e se surpreender com a sabedoria obtida por gerações; fazer um piquenique, com sanduiche e vinho, nos jardins de um castelo; depois de muitas horas na estrada encontrar um aconchegante chalé nos Alpes suíços que servem um pão caseiro quentinho...


São apenas alguns fragmentos que ficaram em minhas recordações desta vivência, experiências que apenas uma viagem pode nos proporcionar! Não nos importa usar roupas de grife ou possuir um carro zero, assim como não ficamos preocupados com os gastos destes passeios, porque nós decidimos, após muitos anos de trabalho árduo, que iríamos apreciar as delícias e também os dissabores de ser um viajante!


Estou com esperança de que em breve seja possível voltar à normalidade, porque existem lugares maravilhosos esperando por nossa visita! Tomara que não nos faltem ânimo e companheirismo para desfrutar as surpresas desses momentos e continuar percorrendo juntos as novas trilhas por aí...

 
 
 

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