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Retalhos Natalinos

  • sezimariasaramago
  • 5 de dez. de 2023
  • 2 min de leitura

Fiquei refletindo como são lindas as minhas lembranças do Natal, sempre alegres durante a infância até a adolescência... Toda a família paterna reunia-se na fazenda dos avós Manoel e Maria, tempo de muitas brincadeiras, comidas caseiras deliciosas, felicidade! Esperávamos ansiosos para montar o enorme presépio na sala, com a gruta e a cidade de Belém. Todos queriam ajudar!...

 

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Quando papai faleceu, tudo mudou: parecia sem sentido irmos para a fazenda, porque nosso coração estava ferido... Da mesma forma que um tecido rasgado, tivemos de aprender a costurar os pedaços e cuidar das cicatrizes!

Com o passar do tempo e a chegada dos netos, mamãe criou um anova tradição: o Natal da vó Ana! E tudo voltou a ficar colorido: tinha a poesia de Natal que ela escrevia, procissão dos netos pequenos carregando o menino Jesus até o presépio e muita bagunça dos netos maiores!... A entrega dos presentes era uma farra, com crianças felizes e outras emburradas, uma noite agitada e divertida!

Nesta época, a noite era com a mamãe, mas o dia de Natal era na casa dos meus sogros. Lá tinha as brincadeiras do vô Tarcilo, passeio na lambreta entulhada de netinhos, almoço delicioso da vó Santa com sua macarronada inesquecível!...

Mas, o tempo foi passando, até que o querido vô Tarcilo foi construir outra moradia com o Pai e, alguns anos depois, a vó Santa foi para junto dele! Nada mais seria igual, tivemos de pegar os retalhos e juntar novamente!

O relógio do tempo continuava girando sem parar. Nos últimos anos mamãe ficou bem doentinha, mas sempre fazia questão de montar sua árvore de Natal! Agora, ela foi brilhar no céu e sua árvore (com seus anjinhos) está em nossa sala. Cada vez que olhar para esta arvorezinha, lembrarei de sua alegria e de seu sorriso infantil quando via as luzes piscando!...

Outra vez os tecidos da vida foram rasgados, quero pegar estes retalhos, emendá-los e criar uma nova tradição: o Natal do vô Bosco e da vó Sezi. Rezo para que meu coração se cicatrize e o sorriso esteja presente ao brincar com as crianças, montar um novo presépio, acender outras luzinhas cintilantes!

A vida é um ciclo. Devagar vamos juntando os retalhos até formar uma colcha bem quentinha, capaz de aquecer a alma.

Sei que, em todas as noites de Natal, durante a oração antes da ceia, vou olhar para sua arvorezinha e a senhora, mãe, estará sempre presente em meu coração!





 
 
 

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