Vamos dançar?
- Sezimária Saramago
- 22 de abr. de 2017
- 2 min de leitura

Na minha juventude, quando íamos a alguma festa, sempre ficava com medo da pergunta: “Vamos dançar?”. Na adolescência, porque meu pai não permitia (apesar de suas qualidades e de ser um pai afetuoso), ele obedecia à cultura machista da época e proibir as filhas de dançar fazia parte. Com o passar dos anos, já casada, eu simplesmente não sabia dançar, nem sequer um forró!
Sempre tive vontade de aprender, mas, como eu e meu esposo não sabíamos dançar, deixamos de aproveitar vários bailes. Naquele período, tudo era uma correria: agenda repleta de compromissos e trabalhos, nunca sobrava tempo e a vida foi passando...
Porém os sonhos sempre têm oportunidades para serem realizados. Vieram as mudanças que a vida nos apresenta: em meio às bem difíceis, também surgem coisas boas. Assim, chegando perto dos sessenta anos, encontramos uma turma animada que nos convidou para aulas de dança.
No início, estávamos tímidos e envergonhados, mas começamos a seguir as orientações do professor, sempre encorajados pelos colegas. De passo em passo, fomos nos soltando, aprendendo a ouvir e a acompanhar a música. Que sensação gostosa: deixar se guiar pelo outro, embalando nossos corpos e sentimentos!
Na maioria das vezes, necessitamos apenas de um pouquinho de coragem, precisamos sair de nossa acomodação, não nos preocuparmos com a perfeição e tentar algo novo. E, desta forma, permitir que sejam descobertas a alegria do forró, a agilidade do samba, sem falar da elegância do bolero!
Escrevendo sobre este tema, veio à minha memória uma música das Frenéticas que diz: “Dance bem, dance mal, dance sem parar. Dance bem, dance até sem saber dançar”. Afinal, sabemos que não seremos bailarinos (este não é nosso objetivo), apenas queremos estar junto com os amigos, dar muita risada, conviver... Não tem sequer importância se, de vez em quando, os passos saem errados, corrigimos e continuamos a bailar. Nosso dia-a-dia não é assim mesmo?!
Por tudo isso, amigo leitor, te faço um convite: “Vamos dançar?”. Solte-se e aproveite as pequenas alegrias de viver!
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