ANDANDO DE BICICLETA
- Sezimária Saramago
- 15 de nov. de 2016
- 2 min de leitura

Sempre admirei as pessoas que conseguiam andar de bicicleta: que capacidade de equilíbrio!
Quando criança, muitas vezes, eu quis aprender a andar na bicicleta de meu irmão. Mas, acreditem, não era permitido para meninas. As explicações nunca me convenceram, pois com minha índole contestadora, sempre foi difícil aceitar esta proibição. Mais tarde fui entender que existia o medo de que a bicicleta rompesse o hímen das meninas (rs!). Logo para mim, que galopava a cavalos pelos pastos da fazenda?! Enfim... fiquei adulta sem aprender a andar de bicicleta.
Muitos anos depois, já com mais de trinta, a tarefa de me ensinar a lidar com a bicicleta foi dada às nossas filhas. Que cena deliciosa! Três menininhas, na praça da igreja, ensinando a mãe como se equilibrar. Após um tanto de risadas e alguns roxos, finalmente aprendi! São memórias que guardo com carinho.
Vencer este desafio nos permitiu momentos alegres, quando os cinco subiam, de bicicleta, até o final do bairro nas tardes de sábado. Como valeu a pena!
Mas, as filhas cresceram, as obrigações com o trabalho aumentaram e as bicicletas foram aos poucos sendo esquecidas em um canto da área. Até que um dia elas foram descartadas.
Bem... mas a vida é cíclica, não é verdade?! As filhas saíram de casa, a aposentadoria chegou e também um tempo maior para o lazer. Adotando uma proposta de ultrapassar barreiras, resolvi voltar a andar de bicicleta. Afinal, os 60 anos se aproximam, tão redondinhos quanto os aros que me fascinam...
Desta forma, depois de muita risada e, de novo, alguns roxos, eu reaprendi! Que sensação gostosa: sentir o vento, vencer distâncias, pedalar!
Quis compartilhar esta experiência com você, caro leitor, para incentivá-lo a vencer obstáculos. Algumas quedas ocorrerão, possivelmente sentirá um pouco de dores, contudo, a vida merece novas tentativas.
Deixar a poluição do carro, se movimentar, sentir de perto a cidade, são ganhos a serem considerados. Porém, o mais importante é viver intensamente, procurar a leveza do ser!
Durante anos ensinei meus alunos a construir a curva cicloide (curva traçada por um ponto da borda de uma roda que rola sem deslizar), sempre a achei muito interessante! Agora constatei que vivê-las é ainda mais belo!
E então, vamos pedalar?
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